quarta-feira, 11 de junho de 2014

Acinesia

Intrigo e empertigo os dizeres, pronunciando de soslaio as arrogâncias que acariciam a garganta, do sentido de expor a todos a verossimilhança de minhas percepções. Fugo, fogo e fui a dizer o que penso. Faço melhor, talvez, em ter calado.
Desculpe, senhor, que mais há de se fazer nesse lugar?” - Enfuria? -
Enfastiado?
Dê-me um café.
Aparo o guardanapo, faço-lhe e interrompo a forma que há de ser. Há de houver a priori, sem prioridade. Subjugo as palavras pra dizer-lhes o que bem quis, quero. Não hei de ser viúva delas, tampouco as farei orfãs de mãe, já que se fizeram em mim, sem pai ou origem, desnudadas e envelopadas.
Qual o gosto do vento português, minha breve Ceci?” Perguntei. Ela diz que é azul, que é denso, que consegue tocar o gosto de vento na ponta da língua e nas narinas. Haja prenda que a compre! Haja par que a prenda! Haja prenda que a conquiste!
Haja, mas que aja – acima de tudo.

Que faça sol de manhã, encoberto por nuvens anis, pois o cinza mistura bem com o amarelo solar.
Não quero que faça beleza, poética, acinese! Quero acordar as dez e comer rosquinhas industrializadas, sentir a urgência da rotina, ouvindo um ciborgue alertar que minhas definições foram atualizadas. Mal sabe ela, que de fato foi. Que sem fato, dói.

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