sábado, 24 de maio de 2014

Bordados


Escrevo no exercício de traduzir os pensares que abarrotam, que se estabelecem, incarte em arguidos mudos, recuso o grito que se afoga no calor. Ser, o caminho leve que se cruza no fim da história. Consonante, as consoantes se vogalizam, encaminhando a voga de um pesar latente. Não quero evocar narrações que circunscrevem cronologicamente, meu interesse se pauta nas coisas de dentro, a quem tento - escolhendo por som, por beleza – chamar ao mundo, encarnar em minha missão de significado. Não se trata de gramática, lógica contribuinte e estrutura. São polimorfismos que se constroem, que evocam ao meio tempo do meu sentir.
São as asas que entrego a obsessão de dar nome ao que se i-nomeia. Verbalizo os imperantes, e os trilho pro meio de minha vontade. Aprendo a colorir os olhos e escolher os aparatos constitutivos de minha historicização. Anseio por construir-me e ser, desconstruidamente, espírito. Quisera e quimera;
acometam-se no baile dos corpos em transe, dos lados do mesmo monstro. Dos silêncios que engasgam, da vida que escorrega,
das delícias

e dos jardins.

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