Anote o termo da vida, Clarita. Eu dizia.
A
menina entragada, que corria na hora da tarde, subia o olhar adocicado de chá
das três e escorregava o risinho coberto de vermelho. Erguia, então, os
bracinhos me abraçando para esconder o rosto corado. Enervava-me a falta de compostura
com que deixava-nos, era tão pequena e tão singela que medíamos a contragosto inconsciente
as palavras perto dela. Não sabia disso até perceber-me eufemizando torridez
para não contaminar a doce fragilidade de Clarita.
Clarita,
meio pequenina com bracinhos enlaços trazia sempre consigo alguns livros de
encanto, parava com ar de determinada e mostrava sem pudor o mundo de seu
encantamento; falava do ritmo do dia, das coisas, da modernidade dos modos,
sempre embasada em pensadores e pensamentos móveis e des-modelados.
Foi
então que Clarita cresceu e virou moça de encanto, uma daquelas atrizes em
preto e branco, ou um desenho colorido da parede.
Clarita
colorida, Clarita em preto e branco.
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