Como
entorpecidamente vaga pelas ruas imundas da cidade, vestia os farrapos velhos e
encardidos da luxuosa véspera, arrastou feito serpente velha que espera o pé do
viajante em momento derradeiro de esmague ou de dente. Sem modos, acalma-se frente uma
pequena porta, agarra a mosca que transita e esmaga entre as palmas das mãos.
Ri de si mosca, e pausadamente suspira madrugadosamente perdendo os freios dos
passos. Vê-se em reflexos de água suja com os olhos em chama e cabelos
desgrenhados. Pergunta a procedência, encara e mordisca o ar. Pensa estar leve,
figura peso, e segue. Representa-se e representa. Faz de louca, normal. Pega o
fósforo e atrita-o na caixa. Reluz, amarelado, a chama que toca a pele. Movimenta.
N° do
processo: 000.027
Ré (s): Iêda Garcia Soares
Profissão: “Meretriz”
Idade: 21 anos
Data: 1977/07/31
Delito: Incêndio
Vítima
(s): Alfredo Ferreira da Silva
Sentença
final: Condenada
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