segunda-feira, 1 de julho de 2013

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Intrépido andar.
Por horas a fio pensando em perspectivas de natureza póstuma, meio inválida, admito que na fogueira de aço onde queimam minhas memórias, eu nunca o compreendi tão bem, Carlos.

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


Esse anjo torto, que lhe fez as honras, parece bater-me á porta vez ou outra. Não sei bem qual o intuito, mas, a gentileza dos tratos é a mesma. “Vá (...) ser gauche na vida”. Anjo torto, eu torta. Nasci errada, Carlos...
Telespecto visualmente meus aparelhos na expectativa de observação crua, com olhos-lente sempre ligados em voltagens. Alta, sempre alta. Sempre observando do alto, como uma coruja velando a noite, vejo tudo, só vendo.
Gostaria de explicar-me á outrem. Meu raciocínio sempre pauta em subjetivismo e por isso acham que sou tola. Ora, tola... Eu não sou boba. 
Acaso carecem de entender que sou lógica. Eles é que não sabem o que é lógica, não tenho culpa de legarem o paradigma iluminista como lógica e desconsiderarem a minha, que, obviamente, destoa dela. Eu carrego a chama do erro intrínseco, sendo assim, peço que parem com estes olhares cautelosos de anunciação, figurantes centelhas de loucura.  
Sinto-me atraída por ela, esta loucura que permite a voga da verdade, sem invariáveis ou excentricidades, o padrão normativo em que me encaixaria. Mas, recuso as maneiras postuladas do ambiente clínico e torno me explicar. Raciocínio.
Por que quando falo das coisas de dentro, tomam-me louca? Compreendeis que o faço. Implicitamente eu sou o que sou. Morando em minhas torres mnêmicas, sempre vejo as vicissitudes perplexas, indignadas, infladas das redomas de vossos narizes. Por que me tomas?

Eu sinto, e, portanto, penso. 

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