quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Tolerância



“O fato é que não existe mais afeto, passei a tolerar você.”

Um espiral, mentalizado, imagético, onde um pequeno pergaminho com estas palavras escritas, gira ante sua fina película estrutural.

Infinito intelecto finito.

Há uma certa pluralidade de expressões para momentos assim. Entretanto, procuro justificativas para a incredulidade estampada em minha face, mas sustentada por meu nariz.
Sim, meu nariz. Esta bolinha alocada abaixo dos olhos, em cima da boca, é o ponto central de todos os rostos, e uma de espécie represa quando as emoções vêm á tona escorrendo pelas bochechas com um gosto salgado. Eu não chorei, mas meu nariz em forma de bolota reteve minha tristeza frente aos sons emitidos por aquele que ainda têm a minha amizade.
O pensamento, filtrado e traduzido em palavras, fora lançado á meus ouvidos onde novamente reverteu-se de significados fazendo com que eu , ainda que contra minha vontade, entendesse aquele dialeto.
Depois de alguns segundos de comunicação e abstração, lancei-lhe duas palavras:

“Que pena.”

Não havia ironia ou sequer, ressentimento.
Foi sinceramente sincero o meu pesar.
Após alguns minutos de silêncio e fumaça, olhei para os olhos de meu amigo, e sorri.
Ele compreendeu, ainda que nenhum som fora emitido. Um sorriso, composto por susto e frustração que serviu para comunicar meu estado de espírito.
Ele sorriu de volta. E eu compreendi a sinceridade do que fora dito.

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