“O fato é que não existe mais afeto, passei
a tolerar você.”
Um espiral,
mentalizado, imagético, onde um pequeno pergaminho com estas palavras escritas,
gira ante sua fina película estrutural.
Infinito
intelecto finito.
Há uma certa
pluralidade de expressões para momentos assim. Entretanto, procuro
justificativas para a incredulidade estampada em minha face, mas sustentada por
meu nariz.
Sim, meu nariz.
Esta bolinha alocada abaixo dos olhos, em cima da boca, é o ponto central de
todos os rostos, e uma de espécie represa quando as emoções vêm á tona escorrendo
pelas bochechas com um gosto salgado. Eu não chorei, mas meu nariz em forma de
bolota reteve minha tristeza frente aos sons emitidos por aquele que ainda têm
a minha amizade.
O pensamento,
filtrado e traduzido em palavras, fora lançado á meus ouvidos onde novamente
reverteu-se de significados fazendo com que eu , ainda que contra minha
vontade, entendesse aquele dialeto.
Depois de alguns
segundos de comunicação e abstração, lancei-lhe duas palavras:
“Que pena.”
Não havia ironia
ou sequer, ressentimento.
Foi sinceramente
sincero o meu pesar.
Após alguns
minutos de silêncio e fumaça, olhei para os olhos de meu amigo, e sorri.
Ele compreendeu,
ainda que nenhum som fora emitido. Um sorriso, composto por susto e frustração
que serviu para comunicar meu estado de espírito.
Ele sorriu de
volta. E eu compreendi a sinceridade do que fora dito.
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