Metódicos
desejos que encerro. Em cerros dedos, um livro acomodado ao útero. É
tempo de parir com força os acontecimentos e dá-los forma,
enquadrando cronologia e fazendo-se sentido.
O
alcance dos olhos vão a janela, em perspectiva, a vista lilás
acontece em gramas de massa que não se enxerga, o infinito é
invisível nas cortinas. Embalos cósmicos de vento agradecem o leve
dançar, da sinfonia do outono. Vagueio por cá, e procuro meus
significantes perdidos.
Algo
que seja parente, que voe.
“
Venho tentando cortar as
raízes”
“Sem
raízes, morre-se de sede.”
Ferino
clichê, desagradável até. Sabe o que me falta? Calor. Falta fogo,
falta coragem. Inspiro, trago a mim toda fluidez que pertence ao ar.
Trago aos meus pulmões, as veias, e tomo a mim o ar que não se
sustenta ao ar. Sugo-lhe o necessário para as horas que seguem.
Há
tanto em mim. Tornei-me labirinto, esquiva, afogada. Emaranhos
desgarrados e agarros que sufoquei em memórias; posteriormente, nada
saberei do sótão. Sinto tornar-me, ser ,em mudas, devaneios. Sinto
tocar tuas manias, tecê-las e vestir. Recortarei, eu prometo.
Se
restar um desejo, remeta.
“Você
realiza a humilhação, o medo. Em sonho, a experiência da situação
é real. E isto te liberta.”
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