domingo, 11 de maio de 2014

Acender

Metódicos desejos que encerro. Em cerros dedos, um livro acomodado ao útero. É tempo de parir com força os acontecimentos e dá-los forma, enquadrando cronologia e fazendo-se sentido.
O alcance dos olhos vão a janela, em perspectiva, a vista lilás acontece em gramas de massa que não se enxerga, o infinito é invisível nas cortinas. Embalos cósmicos de vento agradecem o leve dançar, da sinfonia do outono. Vagueio por cá, e procuro meus significantes perdidos.
Algo que seja parente, que voe.

Venho tentando cortar as raízes”
Sem raízes, morre-se de sede.”

Ferino clichê, desagradável até. Sabe o que me falta? Calor. Falta fogo, falta coragem. Inspiro, trago a mim toda fluidez que pertence ao ar. Trago aos meus pulmões, as veias, e tomo a mim o ar que não se sustenta ao ar. Sugo-lhe o necessário para as horas que seguem.
Há tanto em mim. Tornei-me labirinto, esquiva, afogada. Emaranhos desgarrados e agarros que sufoquei em memórias; posteriormente, nada saberei do sótão. Sinto tornar-me, ser ,em mudas, devaneios. Sinto tocar tuas manias, tecê-las e vestir. Recortarei, eu prometo.
Se restar um desejo, remeta.



Você realiza a humilhação, o medo. Em sonho, a experiência da situação é real. E isto te liberta.” 

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