sábado, 17 de novembro de 2012

Vá! Sê Frida




 "Mi cuerpo es un marasmo.Y ya no puedo escapar de él. Como el animal siente su muerte, yo siento la mía instalarse en mi vida, y tan fuerte que me quita toda posibilidad de luchar. No me creen, ¡me han visto luchar tanto! Y ya no me atrevo a creer que podría equivocarme, esos relámpagos se van haciendo raros."
Frida Kahlo


A dor que há muito perspassara-lhe o corpo não chegou à alma.
Tanta bravura envolta por tal fragilidade, talvez fosse ela o engessamento da dualidade humana. Um ser aparente e dicotômico. Um ser chamado Frida.
Todo o sofrimento que passara na vida, era projetado, colorido, e vivido na tela. A pintura ingênua, mas carregada de dor, atormentava aos olhos curiosos que giravam e recolhiam-se para uma leitura interior. Pois Frida era alma.
As sobrancelhas amontoadas, o corte desvairado, a tesoura que por vezes cortou-lhe o gosto pela vida, figuravam um ícone vívido sobre as telas, que amarguravam aqueles olhos passeantes que ali pousavam. Pois esta era sua essência, seu espaço de corporalidade. Era por olhos, que Frida encontrava a alma.
Sentia-se como presa, era assim que se percebia. O destino fora-lhe cruel, engoliu seus frutos. E a cada sorriso, apunhalava-lhe as entranhas.
Era dual.
Era filha da revolução. Possuía garras, não concretas, mas mentais.
Era mulher. Era homem. Mas era também, animal. Era selvagem, apesar de toda a domesticidade que o corpo lhe impôs. O corpo sempre fora pequeno demais para tamanho espírito, que por sua vez, fora ínfimo para suas idéias. E portanto, pintava.



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