"Mi cuerpo es un marasmo.Y ya no puedo escapar de él. Como el animal siente su muerte, yo siento la mía instalarse en mi vida, y tan fuerte que me quita toda posibilidad de luchar. No me creen, ¡me han visto luchar tanto! Y ya no me atrevo a creer que podría equivocarme, esos relámpagos se van haciendo raros."
Frida Kahlo
A dor que há
muito perspassara-lhe o corpo não chegou à alma.
Tanta bravura
envolta por tal fragilidade, talvez fosse ela o engessamento da dualidade
humana. Um ser aparente e dicotômico. Um ser chamado Frida.
Todo o
sofrimento que passara na vida, era projetado, colorido, e vivido na tela. A
pintura ingênua, mas carregada de dor, atormentava aos olhos curiosos que
giravam e recolhiam-se para uma leitura interior. Pois Frida era alma.
As sobrancelhas
amontoadas, o corte desvairado, a tesoura que por vezes cortou-lhe o gosto pela
vida, figuravam um ícone vívido sobre as telas, que amarguravam aqueles olhos
passeantes que ali pousavam. Pois esta era sua essência, seu espaço de
corporalidade. Era por olhos, que Frida encontrava a alma.
Sentia-se como
presa, era assim que se percebia. O destino fora-lhe cruel, engoliu seus frutos.
E a cada sorriso, apunhalava-lhe as entranhas.
Era dual.
Era dual.
Era filha da
revolução. Possuía garras, não concretas, mas mentais.
Era mulher. Era
homem. Mas era também, animal. Era selvagem, apesar de toda a domesticidade que
o corpo lhe impôs. O corpo sempre fora pequeno demais para tamanho espírito,
que por sua vez, fora ínfimo para suas idéias. E portanto, pintava.
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