sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Maria, de Jabour


Sou puta, Sou puta
Sou sua vagabunda, nada além ou aquém.
Vendo o meu amor, por quinquilharias.
Mas meu sexo é apenas meu, ou seu, ou dele.

Rastejo pela noite, deito-me em muitas camas
Mas se perguntares, gosto no chão.
Puxes o meu cabelo,
Gemerei no seu ouvido
Mas se perguntares, não existo.

Não sou bela, mas me encaixo
Veja que Puta Culta,
Ou que Culta Puta
Formada em História,
Memória e Esquecimento!

Dar-te-ei um sorriso tão plástico quanto o Gênero
E entrego-me a outro sem pestanejar
Porque sou antes de tudo minha, pois a puta que vos fala
É antes de tudo, Alguém.


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