terça-feira, 8 de dezembro de 2015

tal qual um gato que aprendeu a ler

01:21 09/12/2015

quantas vezes cruzei a sala, a porta, desci as escadas - pé ante pé - - -
e teus olhos ali. as mãos despretenciosas.  som de portão. as vírgulas bêbadas, e o ronco do carro à porta. quais foram os gritos, os escarros, fluídos meus e seus? eu olhava o céu da madrugada, céu laranja, céu de véspera. daí o convite "olha também" e você diz pra não dizer.
 uma alegoria tão morta quanto o nós. 
pé ante pé 
eu descia as escadas, miava
gemia pouco e devagar
o lixo da porta fedia, 
esgueirávamos, felinos, entre as tralhas,
o tanque, as bicicletas, as sacolas
 eu calçava as botinhas quando chegava no ultimo degrau da escada
chegava antes do sol, as vezes da ultima lua
"todo sol é atroz, toda lua é amarga"
a madrugada é pra quem é só

" é um céu de baunilha, meu bem"

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