sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pêndulo


A presença achegada da véspera adentra os olhos na espera de humanitários solstícios e primaveras, ventos crus, entre olhos e breves suspiros. Frágil e estéril calma que adverte a inércia da carne em lástimas, o fim é a chama cinza que anuncia, cega, um grito agudo. Na cadeira da varanda sentei-me em um montante duvidoso de sentimentos, que irrequieta os outros sentimentos. Aquela calma morna que embaça as xícaras ás 04h00min da madrugada, e não há melhor hora para senti-la.


Bonito demais pra ver, pálido deveras, o triste torpor das veias rosáceas clamando rezas no fim do Domingo. Abarcados pela luz em fumaça do lustre, vestimo-nos de azul amediterraneando profundidades em trocas sublimes. Luzes em escalas violeta intercalam o silêncio esquálido e sombrio. Interferência e interlocuções para dizer: Falta calor.  Esse sentido que falta em aludir, para clarear o modus vivende... Essa ausência de ser, esse vazio imenso cheio de tudo. Expansão do ar, retração da água, palpabilidade térrea e desintegração em fogo. Sistemas e retaliações, assustadores amálgamas hediondos que cercam e cercam. A descrição da cena, com eloquência, encerra em meio as palavras ondulares que falo pros teus olhos 

O teu erro bento
foi confiar
na ressaca
dos meus olhos.

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