Rente a melodia
eriçada da dança poética rompi com o gosto líquido do enlace engodo, da
brevidade natural, do alheamento simplório e necessário. Compraz o ritual
letárgico de acender os incensos e apartar a lama da hora, situando minha
espera em conflitos hereges. Penso na vastidão, imprópria e cinza, em distantes
pausas ariscas, riscadas do corpus documental. Nas conversas boêmias, regadas à
saliva ácida, reconheço a miséria que marca os meus passos.
Os cubos de
pedra cinza reconhecem espelhos moldados à minha forma, metamorfoseada em
larva, construindo o inverso dos séculos, contrária as correntes
existencialistas e homéricas, para ser sólida. Meus movimentos acirrados, pelas
suas mãos firmes, lamentam a escolha mal feita de entrega.
Fere os
conceitos, sendo breve ao fazê-lo.
Preso em
liberdade, estagnado ao nada, segue discursivamente aéreo, etéreo e insólito.
Em contrapartida parte com os raios de uma tempestade falsa, segue sem saber ao
certo o rumo, fagócito desprotegido que és, perde-se ao nada.
Uma afronta
física e, portanto, distúrbio químico.
A composição
íntima do ermo magoa as hipérboles que constroem ao redor, estruturalmente,
seguem por estradas concisas sem tempo e espaço.
Fios
entranhados, escamas arrancadas e espasmos do fim procedente.
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