segunda-feira, 3 de junho de 2013

Homólogo



Rente a melodia eriçada da dança poética rompi com o gosto líquido do enlace engodo, da brevidade natural, do alheamento simplório e necessário. Compraz o ritual letárgico de acender os incensos e apartar a lama da hora, situando minha espera em conflitos hereges. Penso na vastidão, imprópria e cinza, em distantes pausas ariscas, riscadas do corpus documental. Nas conversas boêmias, regadas à saliva ácida, reconheço a miséria que marca os meus passos.
Os cubos de pedra cinza reconhecem espelhos moldados à minha forma, metamorfoseada em larva, construindo o inverso dos séculos, contrária as correntes existencialistas e homéricas, para ser sólida. Meus movimentos acirrados, pelas suas mãos firmes, lamentam a escolha mal feita de entrega.
Fere os conceitos, sendo breve ao fazê-lo.
Preso em liberdade, estagnado ao nada, segue discursivamente aéreo, etéreo e insólito. Em contrapartida parte com os raios de uma tempestade falsa, segue sem saber ao certo o rumo, fagócito desprotegido que és, perde-se ao nada.
Uma afronta física e, portanto, distúrbio químico.
A composição íntima do ermo magoa as hipérboles que constroem ao redor, estruturalmente, seguem por estradas concisas sem tempo e espaço.
 Fios entranhados, escamas arrancadas e espasmos do fim procedente. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário